sábado, 25 de setembro de 2010

Umbanda - Uma Difícil Religião


Decidi escrever sobre a dificuldade da religião, por toda a experiência que eu tive e por todos os demais fatores que eu presenciei. Muitos médiuns desistem, pela dificuldade que ocorre no desenvolvimento da Umbanda. Eu estudei várias religiões, inclusive, fui iniciado em algumas delas e outras confrarias iniciáticas. Posso dizer sem titubear que em termos de caridade, não conheço no mundo outra religião que prega tanto a caridade, a fraternidade e a abnegação em prol do sorriso alheio. Umbanda pode se resumir em uma simples Palavra: Doação.

Estou realizando esse post, já com a consciência que posso desagradar a muitos, talvez até reduzir o meu número de pageviews diários que oscila a 300/dia. Mas sinto-me na obrigação de falar, muitos que me conhecem, sabem que não é da minha natureza ser político e nem tampouco omisso. Mas, darei continuidade ao meu objetivo.

O desenvolvimento mediúnico é demasiadamente difícil e desgastante, o pior de tudo é que apesar de depender apenas de nós mesmos, depende de uma série da fatores para um processo com êxito, o problema é que infelizmente eu presencio dia após dia, a redução de sacerdotes e dirigentes capacitados para auxiliar o médium em sua busca pelo desenvolvimento.

Hoje qualquer um abre uma casa, a Federação foi corrompida e junto com isso, a redução de fiscais que poderiam avaliar as casas, hoje muitas casas de Umbanda tornaram-se uma verdadeira apoteose, algumas casas mais vale o batuque, os médiuns dando show de dança à prática da caridade. Em algumas casas, os dirigentes são tão inflados de vaidade, que contagia os médiuns, acreditem, já vi casas que baiano só toma bebida de coco Malibu, R$ 40,00 a garrafa, baiano grã-fino minha gente, evoluiu a vibração e seu poder aquisitivo [risos].

Hoje se eu me decidir capacitado a abrir um terreiro, simplesmente abro e espero começar a vir os filhos, e acreditem, aparecem aos montes. Assim como muitas igrejas evangélicas, começam a verem na Umbanda, também uma forma de pagar as contas. Em minha casa mesmo, dois médiuns extremamente incapacitados, abriram casas e estão com 12, 15 filhos.

Além de todos esses fatores citados, ainda fica a cabeça do médium, a iniciação à mediunidade é demasiadamente complicada, são necessários vários processos complicados e que deixam os médiuns loucos. Quem que está lendo esse post e durante uma incorporação nunca se perguntou: Estou louco, estou com algum guia mesmo? Estou vendo tudo!

Isso é uma sensação péssima, de achar que está fingindo, isso é uma sensação insuportável, aliado a isso, é quando o próprio médium não tem apoio do dirigente.

Às vezes você sente que seu mentor é tal, é um caboclo plasmado de tal forma, e o sacerdote sem o dom da clarividência, o que é um fato extremamente comum atualmente, diz que você está errado, que é da sua cabeça, atrapalhando ainda mais o médium.

Outros médiuns possuem mais de um caboclo, e o infeliz sacerdote fala que é o mesmo vindo de forma diferente, claro, isso pode ocorrer, mas não é uma regra.

Junta esses fatores com a própria estima do médium e pronto, temos um médium frustrado triste e descontente, o que implica enfaticamente na sua incorporação, um dos motivos que explica a falta de pessoas confiáveis durante uma consulta hoje.

Temos também o animismo, na casa da qual eu fazia parte, um médium que gostava demais dos meus guias, em suas incorporações começou a “copiar” todos os trejeitos de meus guias, principalmente o Chico Preto pelo seu carisma, o que gera motivo de chacota dos outros irmãos da corrente. E como somos totalmente ativos em nossas incorporações, nossa cabeça pode atrapalhar, fazendo com que achemos que nossas entidades são parecidas com as que gostamos.

Somado a tudo isso, ainda temos uma casa que segue uma cartilha antiquada e sem o mínimo de fundamento, doutrina baseada no achismo e em vários cultos supersticiosos, o médium não pode fazer isso nem aquilo que dá a maldita e tão falada QUIZILA.

Sei que 90% dos médiuns já passaram por tudo o que eu falei, meu objetivo com esse post é justamente transmitir que não estão sós, a grande maioria de nós já passaram ou passam por isso, meu desenvolvimento foi algo muito complicado, durante três anos ouvi do meu primeiro babalaô que eu fingia, que não tem como o Urubatão ser meu cabeça e eu trabalhar com o caboclo do SOL e o Rompe-Mato, que é para eu firmar a cabeça que eu tinha egun, isso causou um estigma gigantesco em minha cabeça, me fazendo pensar em desistir centenas de vezes, até um dia, um assistente na casa me chamar de canto e dizer:

- Filho, sua corrente mediúnica é maravilhosa, mas você não pertence a esse lugar, toma meu telefone.

A princípio eu já achei que era um babalaô de candomblé que já queria fazer minha cabeça, e cobrar R$ 4000,00 mais impostos [risos], mas não, era um centro de Umbanda muito sério, onde ele mesmo deu o nome dos meus caboclos e me explicou o porque de certas diferenças em minha linha, aí a situação emplacou e graças a Deus, estou galgando vagarosamente e feliz para a Senda da Evolução.

Nem todos os médiuns podem ter a mesma sorte que eu, mas confiem, acendam velas para seus guias e orixás, eles o ajudarão a levar para um local decente e que gostem de trabalhar, graças a Deus ainda existe locais idôneos e confiáveis.

Médiuns! Confie em vocês e em seus guias, a qualificação da sua mediunidade vai depender da sua confiança em si mesmo.

** ESSE POST FOI APENAS UMA PEQUENA INTRODUÇÃO, FALAREI MAIS SOBRE CADA TÓPICO ACIMA DESCRITO. SÓ VOU AVALIAR A QUANTIDADE DE XINGAMENTOS DO POST [RISOS]

Aranauam

Neófito da Luz

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